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Darly: uma semente de descontrução no vôlei mossoroense

Darly ainda não competiu oficialmente, mas se prepara para isso.

foto: cedida

Quem passa pela Praça do Rotary, em Mossoró, ou ainda na Praça dos Esportes da Avenida Rio Branco já pode ter visto Darly em atuação. Atleta amadora de vôlei, da equipe Vôlei Potiguar, ela espera ser uma semente de diversidade e também de desconstrução dentro do esporte da região e do estado.


Em 2020, uma mulher como Darly despontou no país. Seu nome é Tifanny e ela levantou a bandeira da participação de atletas trans dentro do voleibol. Tornou-se a primeira a atuar na Superliga Feminina. A carta Olímpica, por exemplo, deixa claro:


7. Toda e qualquer forma de discriminação relativamente a um país ou a uma pessoa com base na raça, religião, política, sexo ou outra é incompatível com a pertença ao Movimento Olímpico.


O direito brasileiro também:


Conforme previsão do art. 2º da Lei 9.615/1998:

Art. 2º – O desporto, como direito individual, tem como base os princípios: […] III – da democratização, garantido em condições de acesso às atividades desportivas sem quaisquer distinções ou formas de discriminação.


A história da mossoroense Darly, no entanto, é recente. São dois anos dedicados a modalidade.


"Comecei há uns 2 anos atrás, na praça dos esportes. Nesse período eu não sabia nenhum fundamento do vôlei. Comecei a treinar sem saber nenhuma regra e qual era a dinâmica e fui tendo conhecimento dentro de quadra no dia dia".


Ela conta ao projeto que devido ao pouco tempo dentro de quadra, ainda não teve a chance de competir. Mas se prepara para este momento.


"Não participei, ainda, de nenhuma competição na nossa cidade. Antes não fazia parte de nenhuma equipe com receio de não me aceitarem, foi quando recebi um convite de uma amiga à mando de Maurílio, meu treinador que tenho maior respeito e admiração, um homem dedicado e que abdica seu tempo pra treinar a equipe feminina e masculina do VÔLEI POTIGUAR."


Ela pontua também o crescimento do vôlei em Mossoró, ainda que sem a devida estrutura e destaca a participação das mulheres na modalidade.


"Nos últimos anos o vôlei vem crescendo de maneira desordenada e sem estrutura pública para treinos. As praças disponíveis são poucas e tem muita gente pra treinar/jogar. As mulheres cada vez mais se enquadram nessa disputa, contudo, a participação delas são o mínimo. Nas praças existem níveis e o número de homens em quadra é maior por mulheres se tratar de nível mais baixo."


E ainda que o preconceito possa existir, ela deixa claro: sem o vôlei, se sente vazia.


Hoje eu tenho o vôlei como uma saída para o sedentarismo e uma terapia contra problemas que a cada dia temos que superar. Sem o vôlei eu fico vazia, como se algo tivesse faltando pois todos os dias eu divido meu dia em academia, fit dance e vôlei, quando não tem eu fico sem saber o que fazer.


E o que pretende dentro da equipe?


"Pretendo desconstruir esse pensamento antigo que mulheres trans não podem participar de competições na modalidade feminina, pretendo me encontrar, socializar com pessoas que tem o pensamento diferente do meu, de usar esse espaço pra mostrar para outras meninas que o esporte transforma e nos oferece saídas para esse presídio consequente do preconceito. "


Qual o recado que dá a outras mulheres?


"Somos fortes o suficiente para fazermos nossas escolhas sem a intervenção de outra pessoa. Foque na sua vida e nas coisas que pretende realizar, pois ninguém consegue parar uma mulheres que descobriu agora que é linda, grande e forte."

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